Componentes da Equipe:
Domingas Pereira dos Santos
Indiara Francisca de Jesus Loyola
Valdenice Alves da Silva Barreto
Vera Lúcia Maciel
SURUBIM PINTADO
Nosso país possui 8,5 milhões de km2 e a maior bacia hidrográfica do mundo, Entre as diversas opções temos a bacia Amazônica, e do Paraguai , a do Prata e a do São Francisco. O Surubim é encontrado em todas elas e, devido a essa imensidão demográfica através da qual a família está distribuída, ela sofre mutações no formato de seu corpo e no dos desenhos em sua pele. As variações ocorrem especialmente no padrão das pintas e listras. Esse fator a torna uma família numerosa, com várias nomenclaturas científicas e regionalmente conhecida por diferentes nomes populares.
Nome Científico: Pseudoplatystoma Corruscans
Local de Origem: Bacias dos rios São Francisco, Prata e Paraguai.
Caracteristicas: Apresenta cabeça grande achatada, coloração escura no dorso, ranhuras esbranquiçadas nas laterais, pintas na extensão do corpo e ventre claro. É uma das maiores espécies de peixes fluviais, podendo atingir até 1,50 m de comprimento e 70 Kg de peso. Apresenta hábito noturno. Nessas horas oculto pela escuridão ele pode se expor muito mais na caça aos peixes menores. Durante o dia torna-se mais cauteloso, mais silencioso, mas, mesmo assim, ataca com vigor suas presas, num estilo que se verifica inconfundível depois que o conhecemos bem.
No Brasil, o surubim é o peixe de água doce de maior valor comercial e preferência na maioria dos estados. Entre as mais variadas formas de comercialização, pode ser encontrado sem cabeça e eviscerado, filé e postas. O surubim é considerado produto nobre e de marketing já estabelecido naturalmente a nível nacional. Apresenta carne de coloração clara e textura firme com sabor pouco acentuado, baixo teor de gordura e ausência de espinhos intramusculares, o que a torna adequada aos mais variados usos e preparos, agradando ao mais exigente e requintado paladar.
Migração e desova da fêmea do surubim no Rio São Francisco
Surubim, Pseudoplatystoma corruscans, é o mais valioso peixe para a pesca comercial e desportiva do rio São Francisco, mas pouco é conhecido sobre sua migração e desova. A fim de se entender melhor esse processo, foram rastreadas as migrações de 24 fêmeas adultas de surubim (peso entre 9,5 a 29,0 kg), no rio São Francisco, a jusante da represa de Três Marias, com o uso de biotelemetria.
O estudo revelou que na época da desova, que ocorre de novembro a março, fêmeas de surubim encontram-se nas proximidades (até cerca de 11 km de distância) da cachoeira de Pirapora. Em dias de cheia, elas visitam o local por um ou dois dias, mais provavelmente para desovar. Uma mesma fêmea visita a cachoeira de Pirapora várias vezes durante uma mesma época de desova. Após a visita, algumas fêmeas regressam para o mesmo lugar que ocupavam anteriormente.
Outras migram distâncias maiores, de quase 200 km, e espalham-se pelo rio São Francisco, indo da barragem de Três Marias até a cidade de São Romão. Outras entram pelo rio das Velhas, um dos maiores tributários do Rio São Francisco. Algumas poucas fêmeas ficam no sítio de desova até a próxima estação reprodutiva. A velocidade de natação durante a migração atinge até 31 km por dia.
Vinte e dois surubins Pseudoplatystoma coruscans terão cirurgicamente implantados na cavidade do corpo um transmissor que emite sinais na frequência de radio. Entre Pirapora e Três Marias estão sendo instaladas três estações de rastreamento capazes de detectarem, numa distância de até 2 km, o sinal emitido pelos transmissores. As estações, além de poderem reconhecer individualmente cada peixe, determinarão o dia e a hora em que cada um passar no seu raio de ação e qual a direção em que ele está nadando. Essas informações serão guardadas na memória da estação de rastreamento e, de tempos em tempos, enviadas para a Universidade Federal de Minas Gerais através de telefonia celular. Com esse sistema será possível estabelecer para onde os peixes portando os transmissores terão se deslocado e se eles conseguiram alcançar a barragem de Três Marias( Fonte: Contribuição de Alexandre L. Godinho)
Um dos fatores da extinção do surubim na região
A construção de barragens no rio São Francisco a jusante da represa de Três Marias e em seus afluentes irá reduzir drasticamente a abundância do surubim nesse trecho já que elas irão, entre outras coisas, bloquear as migrações e eliminar sítios de desovas. Fonte: Contribuição de Alexandre L. Godinho.
Por ser um peixe de hábito noturno e bentônico, a incidência intensa de luz diretamente sobre as larvas de surubins deve ser evitada, pois pode provocar mortalidades. É importante a fixação ou formação da pigmentação na fase inicial da larva, para prevenir os efeitos maléficos dos raios ultravioleta, que podem provocar uma insolação na região dorsal dos peixes, causando lesões inflamatórias que podem alcançar as meninges e lóbulos ópticos. As lesões na região dorsal, geralmente são acompanhadas de ulcerações que facilitam infecções bacterianas causando grandes perdas. Não é excluída, também, a possibilidade do efeito da fotosensibilização de origem alimentícia.
Outro possível fator de extinção do surubim é o encolhimento do habitat devido a retirada de areia através das dragas provocarem assoreamento soterrar com sedimentos as tocas onde os peixes abrigam.
O que está sendo proposto para evitar totalmente a extinção
“O surubim é um peixe típico dessa região, mas sua população foi reduzida consideravelmente devido a sobrepesca e a práticas predatórias. Não podemos permitir que a espécie ‘baiana’ se perca”, conta o diretor-presidente da Bahia Pesca, Isaac Albagli. Até dezembro o rio deverá receber 10 milhões de alevinos de um peixe natural de suas águas, mas que está em processo de extinção: o surubim (também conhecido como "pintado"), de difícil reprodução em cativeiro.
Com a captura dos peixes na região de Guanambi. Os animais passaram por um longo período de aclimatação na estação de piscicultura de Joanes II (em Camaçari), que envolveu a manutenção dos peixes em tanques com água de parâmetros similares aos do São Francisco, treinamento alimentar (para se adaptarem à ração), fertilização e um período nas incubadoras. Na ocasião do peixamento, o material genético obtido em Joanes será transferido para a estação de piscicultura de Porto Novo (na cidade de Santana-BA), às margens do Rio Corrente, afluente do São Francisco.
A pesca
Não podemos definir o surubim como um peixe predador, pois ele não ataca indiscriminadamente, tão somente para matar. Sua predileção abrange os pequenos peixes vivos ou em pedaços frescos. Devemos estar atentos a essas preferências, que são as melhores iscas: tuviras, pirambóias, cambojas(cascudinhos), jejuns, curimbatás, piaus, sauás, traíras e minhocuçus
Outro fator que influencia o tipo de alimento escolhido se refere às estações das chuvas ou estiagem. Nas épocas em que o rio está bem cheio e com as águas sujas, as melhores iscas são tuviras, curimbatás, sauás e minhocuçus. Já com o rio igualmente cheio, mas com águas limpas, devemos usar pirambóias, cambojas(cascudinhos), e jejuns. Já com o rio baixo, todas as iscas anteriormente citadas são muito boas.
http://pescaedicas.br.tripod.com/surubim.htm